Em marcha, o legionário carregava seu equipamento individual, o que incluía rações para um período de 3 (o mais comum) até 15 ou 20 dias. Em campanha, cada soldado não transportava apenas a sua armadura e as armas, também carregava ferramentas (serra, picareta, pá e foice), uma cesta, um balde, roupas extras, utensílios de cozinha, panela e copo. De acordo com a quantidade de rações, o peso carregado oscilava entre 15 e 35 quilos. A trouxa
(sarcinae) era colocada na ponta de uma vara com forquilha que levava ao ombro.
Assim equipados, os soldados estavam menos dependentes dos comboios de bagagem dando grande mobilidade nas suas deslocações, podendo percorrer longas distâncias no mais curto espaço de tempo. As mulas carregavam os materiais necessários para fortificarem as posições quando se erguia um forte ou acampamento. Levando a sua carga, o soldado estava em regime de marcha pesada, (impeditus). Sem ela, o regime era de marcha ligeira, (expeditus). Sob chuva pesada, os escudos eram levados no alto da cabeça do legionário. Antes da batalha, os embrulhos eram arrumados juntos, sob guarda.
Em tempos de paz ou durante o inverno, instrução constante era levada a cabo, tanto a disciplina de marcha quanto o treinamento com armas. Manobras eram uma parte regular do treinamento e três vezes por mês uma marcha de 16 a 30 km (as legiões de Julius Cesar percorriam em marcha forçada diariamente 50km, tendo este dito que as guerras se ganhavam com os pés), carregados com tudo o que era necessário para a sua sobrevivência. Os homens eram constantemente endurecidos pelo uso da pá, picareta e enxada, em tarefas constantes de construção e engenharia. Sob o Império, as tropas eram usadas na execução de obras públicas: canais, estradas, pontes, anfiteatros e etc.
Sobre o consulado de Marius foi introduzido o estandarte da Águia, que era defendido pelos seus soldados dando a sua própria vida para que o símbolo não caísse em mãos inimigas.